O meu mundo: 2016
segunda-feira, 1 de agosto de 2016 - 0 comentários

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domingo, 15 de maio de 2016 - 0 comentários

O dia da libertação!



Ansiava imenso que o dia D chegasse o meu décimo oitavo aniversário. Durante a semana seguinte tentei planear a minha vida para Lisboa com todo o cuidado para que ninguém desse por nada, como se estivesse num filme de investigação cientifica.

O  tempo foi passando, e tentei planear as coisas ao pormenor para não ficar nada esquecido... Durante algum tempo sempre disse que um dia me viria embora, nunca referenciei quando, sabia se o fizesse provavelmente me iriam tentar impedir, e aprisionar-me num local onde já não me sentia seguro nem poderia estar de maneira alguma.
Foram algumas as vezes em que faltava pouco para me considerarem um doente mental, e quererem o meu internamento, dado ter tido as reações absolutamente normais e esperadas consoante aquilo que me fazem.

O dia da libertação chegou, levantei-me de madrugada, sem fazer muito barulho e decidi vir-me embora, pé de fininho aqui e ali sem fazer o menor barulho, fechei a porta de casa, e decidi pôr-me a caminho do aeroporto para apanhar o primeiro voo da manhã.
Estava nervoso, mas por um lado feliz e liberto, como nunca estive porque sabia que finalmente iria para um sitio onde podia ser eu sem complexos, frustrações e limites, vivendo a minha vida, não escondendo quem sou eu de verdade.

Cheguei a Lisboa às oito da manhã, e estava um dia solarengo, como se todo o sofrimento tivesse sido transformado em luz, e fosse o renascer!

quinta-feira, 12 de maio de 2016 - 3 comentários

Os últimos dois anos da minha vida...


  • Estou cá, à dois anos vim para cá sem planos, só queria sair de lá, cai no erro de ir partilhar uma casa com um rapaz possessivo e que me maltratou, e acabou por quase me deixar inconsciente. Fiquei 3 dias nessa 1ª casa.

    Depois acabei por ir viver para casa de outra pessoa, a renda no inicio do mês era 200€, o tempo foi passando desapreciam coisas do frigorifico, e chegava a casa já não havia nada, a madrasta do rapaz decidiu fazer passar-se por minha mãe e exigir senhoria da antiga casa o dinheiro de volta e só me devolveu 100€, quando na verdade seria 500€, o rapaz a certo ponto teve a mania de me controlar e eu não tinha nada com ele, até que um dia disse que eu tinha roubado dinheiro, quando eu nunca fiz isso a ninguém sempre fui honesto. E ele dizia que eu tinha de estar em casa as 11:30 da noite porque senão punha as minhas coisas porta fora de casa. Essa madrasta tinha uma lavandaria e a senhora da costura que trabalhava la estava lá desde jan 2014 e no entanto não recebia nada, sou amigo dela hoje em dia, e ela alertou me que essas pessoas eram vigaristas e teve toda a razão, inclusive chegaram a ficar com umas coisas minhas, um écran de pc, umas calculadoras, e umas roupas Um determinado dia cheguei a casa, o rapaz armou-se em bom, e disse que ele é que mandava e que tinha chegado mais tarde, eu não gostei nada do tom, e disse: "Tu não es meu pai, nem és nada! Se os meus não me controlam quanto mais tu!", ele apenas mandou-me arrumar as coisas todas e pôs-me porta fora, isto por volta da meia noite, fiquei eu ao relento com as minhas cosias todas à volta, e só tive tempo de mandar mensagem a amigos a ver o que conseguia fazer. Foi então que um amigo meu foi buscar-me e acabei por ficar 1 semana em casa dele.

    Na altura os meus pais não queriam saber de mim (estavam o tempo todo a dizer para eu voltar, e que nunca tinha acontecido nada grave), disseram foi isso que quiseste sair de casa, não quero saber. mas depois lá tentei que eles me ajudassem. Estive  à procura de casa e fiz visita a algumas, tendo ficado numa onde vivia uma rapariga. A minha mãe logicamente não confiava em mim e exigiu o número e não descansou enquanto não lho dei. No início, parecia tudo muito bem, mas depois passei-me a aperceber que a   rapariga que contava o relatório todo, mesmo todo (incluindo vida intima) da minha vida à minha mãe do que eu dizia, fazia, e etc, ou seja não me admira nada que a minha mãe ate tenha contribuído monetariamente para ela falar, sendo o tipo de pessoa que ela é.

    A certa ocasião, cheguei a ficar sem luz, gás e agua porque a rapariga era irresponsável (sendo ela uma advogada), tive de dormir em casa de um amigo meu por uns dias. Tenho a certeza, de que a rapariga muitas vezes disse que as contas eram x e aproveitava-se do dinheiro, e mais incrédulo é a minha mãe nunca ter visto uma factura e ter pago as coisas com base na palavra da rapariga. Inclusive a minha progenitora quando recebeu a segurança social lá em casa por causa da queixa de maus tratos feita por mim na APAV que foi para tribunal, apenas teve a lucidez de ligar para a rapariga, não teve coragem para me enfrentar. E ela lá tentou fazer com que eu me demovesse disso, e que não fosse para a frente.

    No mês de agosto tivemos de mudar de casa porque o senhorio ia vendê-la,  o tempo passa e eu não sou burro, já me tinha percebido que tipo de pessoas eram aquelas,  e tudo o que mais desejava, era ir viver sozinho, ter um canto só para mim... mas a minha progenitora e a rapariga fizeram jogo psicológico que, ou continuava a viver com a rapariga ou,  não havia dinheiro para ninguém. E lá tive de ceder a isso.
    Os tempos que se seguiram não foram nada fáceis até dezembro desse ano (2014), ao ponto de já não suportar a rapariga, ela discutia com o ex namorado as 2h e 7h da manha aos berros, e aquilo mexia comigo de uma forma, não limpavam as coisas ficava tudo porco, deixavam montes de louça para lavar e etc, e eu não sou pessoa de me ver num sítio assim, sempre fui limpo e cuidadoso com tudo.
    Depois numa manhã de dezembro, a rapariga fez chantagem com a minha mãe tendo ela de pagar 2 meses de renda adiantados, ou me punha porta fora, e ela foi uma burra e pagou, eu já tinha tido um felling o dia anterior que iria ser assim.  Entretanto queria sair  lá de casa o mais depressa porque já estava a atingir o meu limite,  tinha inclusive uma pessoa para o meu lugar, mas a rapariga fez focinho que não queria ninguém para me lixar a vida, berrou-me aos altos berros como se isso resolvesse algo.

    A minha progenitora nunca percebeu bem porque quis sair de lá, eu abri-lhe os olhos e ela não quis ver, quando sai eles ficaram com o serviço de vodafone em meu nome, não quiseram mudar para o deles e eu dei-me ao trabalho de tentar, e fizeram-me uma divida de 4 prestações, perderam o router, desapareceu. O rapaz que lá vivia na casa nesses 4 meses (dez-mar) sempre transferiu o dinheiro respeitante da vodafone para a rapariga, mas ela nunca pagou as contas e apoderou-se do dinheiro dele, sendo ela advogada. A meados de dezembro cheguei a casa à tarde, e tinha as minhas coisas todas no corredor, tinham tirado tudo do meu quarto e posto porta fora... Quase como quem diz "Vai-te embora! Não te queremos aqui!"

    Na altura, tinha conhecido uma cabeleireira perto de onde vivia (a meros metros de distância) e ela sabia de uma casa para alugar, e então como simpatizou comigo decidiu ajudar-me. Quis falar com a minha progenitora para saber o meu paradeiro, e no ínicio estava contra mim porque eu era o filho que não prestava e etc... por ter saído de casa, por não ter acabado os estudos, quando tive razões mais que obvias para o fazer.

    A minha progenitora transferiu dinheiro para essa pessoa, para me ajudar, mais uma vez não passou por mim, e ela não era capaz, nunca foi, toma 300€ para o mês inteiro, se acabar antes do fim do mês problema teu. Era sempre 20€ um dia, 10€ no outro, quando eu sou uma pessoa responsável, poupada, equilibrada. Depois com o passar do tempo a minha progenitora fazia pressão na cabeleireira para me mudar, que não podia dizer isto ou aquilo, ao ponto de chegar a ligar 10 vezes ou 20 vezes por dia à cabeleireira para perguntar tudo sobre mim... ela ficava fula e mandava eu meter a minha mãe no lugar, a culpa foi da cabeleireira, deu a confiança toda a e minha mãe apoderou se disso para ter posto informatório, bem como do meu senhorio e outras velhotas que foi conseguindo número de telemóvel e que me conheceram, fazendo o relato de todos os meus passos.

    Até que a cabeleireira decidiu dizer a minha mãe isto em resposta a uma sms em que a minha mãe diz que ela não se dá bem comigo: "Eu dou-me bem com o seu filho e com todo o respeito que existe entre mim e ele. Até porque ele, não tem a minha idade para você falar em <<vocês antes davam-se e entendiam-se bem>>. Eu ajudo e aconselho, se ele quiser ouvir tudo bem. Desculpe, sem ofensa mas eu tenho mais que fazer da minha vida, e não andar atrás do André, falar com ele todos os dias, até porque ele já me disse que não dá que não gosta que façam estas coisas, e que está bem e não precisa que se preocupem com ele sem razão. Eu acho que ele tem razão, eu tenho mais com que me preocupar e pensar. Até porque toda a gente que me conhece sabe que sou como sou, por isso estou a afastar-me porque as coisas estão a ter outras proporções. Eu não quero isso para mim, eu não estou habituada a falar da vida dos outros, eu já falei com ele e desde que ele disse-me <<não se metam na minha vida>>, eu entendo até porque tenho mais que fazer do que isso. E mais, se ele precisar de mim sabe onde me encontrar, onde me encontrou a primeira vez, a porta está aberta para ele, ele sabe pessoalmente quem sou eu. Ele sabe que ninguém cá em lisboa lhe quer tão bem quanto eu, dele eu não quero nada em troca, apenas amizade e conselho se ele quiser e com toda a educação. Para mim, faz favor chega, agradeço com todo o respeito, se não se importa, obrigada!"

    Mas a verdade, é que o tempo foi passado e lá a cabeleireira algumas vezes de desabafar com ela, acabou por contar toda a minha vida, e os meus passos à minha mãe, tudo o que ela queria saber... até ao ponto em que ficou insustentável e a cabeleireira já começava a cobrar a minha amizade, tendo de lhe dizer olá e dar bom dia, todos os dias... e contar a minha vida como se não bastasse e de um inquérito policial se tratasse.  E,  sinceramente eu já começava a ficar farto de tanto mexerico na minha vida, não podia ir a lado nenhum, nem fazer nada. É incrível que até por ter amigos em casa a minha progenitora chantageou-me e disse que iria deixar de pagar a renda e as contas, isto várias vezes. Ela chamava-me de vadio, e recusou-se sempre a ver a minha condição de saúde, sempre me escondeu tudo, soube disso porque ouvia conversas, e por ter os relatórios recentemente do ensino especial, porque no primeiro ano que cá estive não fazia ideia que tinha problemas de saúde, apenas me sentia diferente não sabia o porquê.

    Constantemente do salão da senhora que conheci e que me ajudou, vinha  uma barulheira frenética, isto para não ajudar o salão era mesmo ao lado de minha casa, porta com porta, e fazia parede com o meu quarto, era um chinfrim de tal maneira que não se conseguia estar em paz, concentrado, a relaxar...nem nada do género, fui lá um dia com o meu atual namorado (conheci-o no início de outubro, mas calma, já lá vamos a isso...) pedir educadamente para baixar o volume e senhora já queria dar um enxerto de porrada nele, o que nos salvou foi uma velhota, a senhora teimava em afirmar que podia fazer o barulho que entendesse porque pagava pelo espaço.

    Quanto a relacionamentos as coisas nunca foram fáceis a grande maioria das pessoas, não me levavam a sério, houve tantas promessas mal cumpridas, amigos que me deixaram de falar (tendo me ajudado quando mais precisei e depois esqueceram-se que eu existia), one night stands em que acabava sempre por me sentir mal, porque era bom enquanto durava e depois sentia-me sozinho, saídas a noite, sai algumas vezes mas não tirei nada de proveitoso disso. Tive com algumas pessoas que brincavam comigo, elas pouco se importavam e davam algo à suposta "relação", o que fazia cair tudo por terra. Estavam eles muitos mais interessados em sexo fácil e rápido do que nos sentimentos das pessoas.
    Um fenómeno estranho e horrível que aconteceu, foi quando a minha mãe se decidiu meter com um "ex" meu, para saber a minha vida toda, ele inclusive foi um mentiroso e disse que me dava dinheiro para pagar as contas e que eu recusava, quando isso foi a mais completa mentira... e lá andou ele a contar à minha mãe tudo o que eu dizia ou fazia! Quando soube de tal história a única coisa que lhe disse foi: "É triste tu desceres a um nível tão baixo, e te meteres no facebook com alguém que tem idade para ser teu filho para andares a escarafunchar a minha vida toda!"

    Perdi o meu irmão gémeo à nascença. Nunca tive amigos, tudo pessoas oportunistas ao longo da infância e adolescência. Uma infância complicada. E em meados de outubro sendo mais concreto numa noite morna de outono, sentia-me sozinho e triste, estava magoado com um rapaz que supostamente teria interesse em mim, mas desapareceu misteriosamente. Tudo o que não queria era algo sério, estava cansado de tentar, e tentar, e acabava sempre por sair magoado... mas lá está a vida às vezes trama-nos umas vezes para pior ou para melhor, que acabou por ser o caso, quando estava prestes a desistir de poder ser amado ou amar alguém, acabei por ganhar inesperadamente uma companhia para dormir e aliviar o stress, ... foi uma noite maravilhosa. No inicio o que ambos apenas queríamos era uma amizade colorida, mas com o evoluir das coisas o cupido fez das suas, e estamos juntos desde então, tendo-nos apoiado imenso um ao outro. É absolutamente incrível e impensável encontrar alguém com a cabeça no lugar, num site de engate muito popular, "Manhunt",  este é daqueles sítios onde jamais pensas que vais encontrar alguém para algo sério, verdadeiro e duradouro.

    Mais tarde, em novembro do ano passado a minha mãe descobriu um tumor cerebral, sabendo que ela correia perigo de vida, tentei a todo o custo convencer o meu pai a ir uns dias à terra (Ilha da Madeira), mas não me queriam deixar ir, não queriam saber de mim.  O meu pai sempre foi muito frio e distante, mas com demasiada insistência, lá consegui ir, mas as coisas não correram bem.... pensei, com uma coisa assim grave, provavelmente iria pôr a cabeça minha mãe no seu lugar, passando a respeitar-me, estava redondamente enganado. Continuou a mesma de sempre, durante este tempo todo. Lá em casa, no fundo das gavetas da minha cómoda, descobri rituais de bruxaria, feitos contra mim na minha roupa que lá ficou, fiquei horrorizado e fiz questão de documentar tudo. Custa-me a crer que durante este tempo todo desde 2012 ela não aprendeu absolutamente nada! Continua a desrespeitar-me como sempre o fez!
    Com essa ida à terrinha,  descobri que a família alguma vez entenderá o porque, de eu ter saído de casa, porque a minha palavra vale zero, e o problema é ser assim como sou, homossexual, dizem que não vou casar, que não vou ser nada, que sou um brutamontes, que sou um estúpido, e nunca vou ser alguém na vida! E cheguei à conclusão que não vale a pena, custou imenso estar uma semana com aquelas pessoas retardadas e hipócritas. E outros tantos, tiveram a lata de dizer me na cara que sou o culpado do tumor que a minha progenitora teve, durante imenso tempo,  várias pessoas perceberam que ela não andava bem (só bebia álcool a mais e mandava as pessoas para os alhos e caralhos sem o menor custo),  propuseram ajudar mas ela recusou toda ajuda, e tratou mal as pessoas. Quando lá estive apenas uma prima me falou, enquanto em todo este tempo que vim nunca me perguntou se estou bem se precisava de alguma coisa. N-A-D-A, e ela cuidou de mim quando era bebé, ainda mais me custa por isso, fazem todos de conta como se eu tivesse morrido e fosse invisivel.

    Quando cheguei cá as agressões verbais e chantagens da parte dos meus progenitores continuaram, disseram para arranjar trabalho que não me iam sustentar mais, e chamaram-me de drogado e que eu escolhi esta vida (ser homossexual) por isso não queriam saber, que eu era um autentico manequim e mais uma data de barbaridades até ao ponto de em dezembro deixarem de me falar por completo do dia para a noite, sem mais nada. Só me deixa pior, porque vejo que para eles o que importa é dinheiro (e analisando tudo muito bem durante este tempo todo que me ajudaram financeiramente foi somente com o interesse de saber a minha vida inteira e todos os meus passos), Dinheiro só porque sim, não me faz feliz, dinheiro não compra o carinho, amizade, amor!!! Entretanto mudei de casa, onde vivo atualmente com o meu companheiro.

    Portanto, prefiro esquecer que alguma vez tive família, e seguir a minha vida em frente com quem está ao meu lado, o resto já não importa. Até porque para mim, família jamais são pessoas que fazem aquilo que me fizeram, ao ponto de me tentarem me reconverter e proferir coisas inadmissíveis, do género: "As putas vão para a rotunda, agora tu não sei para onde vais", "Paneleiros", "Filhos da puta", e outras... Inclusive cheguei a sofrer violência fisico da parte do meu pai também, uma vez deu-me uma estalada, outra arrastou-me pelo chão e quase partia a perna, chegou a ameaçar destruir o meu pc em mil bocados. A descoberta da minha morada, do meu telefone fixo, e ter recibo uma prenda surpresa do meu aniversário podia bem ter sido escusada, não precisava de nada, e isso de obterem o meu paradeiro de forma ilegal e condenável, Se ninguém, ninguém se lembra de mim nunca, desde que vim para cá, primos/as, tios/as, não vou ser eu a preocupar me que eles existem, só falam quando necessitam de algo. Não preciso de pessoas assim na minha vida!

    Isto já lá vem desde 2012 e até agora não tem sido nada fácil, piorou ao longo do tempo, mais vale esquecer, nem os consigo considerar como pais, mas sim progenitores.

    #esefosseconsigo 

quarta-feira, 11 de maio de 2016 - 0 comentários

Testemunho de Bullying Homofóbico



Terminei o 9º ano, mudei de escola já devido a episódios de bullying constante desde o 5º ano. Escola nova, pessoas novas, aparentemente tudo correria bem... até que a certa altura começo a ver a minha vida a andar para trás: já começaram outra vez os episódios de bullying. No meu 10º ano cheguei a ser ameaçado na escola por colegas da minha própria turma com uma navalha e um isqueiro, empurram-me e fiquei estendido no chão, e ninguém perguntou se eu estava bem, ninguém quis saber de mim.

Também nesse ano, entraram no meu facebook e publicaram que era homossexual e que um “ex” grande amigo meu e que tinha me assumido à custa de um amigo meu (a minha amizade com ele perdeu-se até hoje, ele era como um irmão para mim), reagi muito mal perante tal coisa pois não estava preparado. No 11º ano o inferno voltou, desta vez foi bem pior, colegas da minha turma com já suspeitas do ano anterior, leram o meu ask.fm (eu lá fazia a mínima ideia que eles liam essa minha rede social) e descobriram que eu gostava de rapazes e a partir daí passaram a gozar comigo, a por pionés nas cadeiras onde me sentava, chegaram a desenhar um pénis e deixaram na minha secretária numa aula de Filosofia, entornarão-me uma garrafa de leite em cima da minha roupa e foi horrível, deram-me uma chapada, prometeram-me uma carga de porrada, passaram também a ver os sítios por onde andava, a gozar com a forma como me vestia, usava make-up, tinha o cabelo esticado, etc.

O único amigo que tinha na turma difamou-me (fez-se passar por homossexual, a fim se vingar de mim, sei lá porquê, eu nunca fiz-lhe mal a ele, nem sou capaz de fazer mal a uma mosca) por toda a escola e inventou boatos sobre mim, passei realmente um mau bocado. Até que um dia ele entrou na escola a dizer: “Olhem hoje a Maria (eu) esticou o cabelo!” Inclusive tive uma pessoa muito amiga a quem ele mostrou uma fotografia minha nu, disse-lhe: “Isso é beleza artística! Tu não tens nada de andar a difamar o rapaz, nem tu nem ninguém! Não interessa se ele é gay ou não, e se for não tens nada a ver com isso! Mete-te na tua vida, senão vais ter problemas!”
Já neste ano lectivo (2013/2014), um colega meu falou desagradavelmente mal para mim, imitou-me, gozou comigo à frente de toda a turma, escola e professora, mandou-me levar no ** , e chamou-me de p********, disse que eu gostava de leitinho e ameaçou-me que ia fazer a vida negra.

Uma vez estávamos então todos no auditório e íamos ver um filme. Entrámos todos e sentamos-nos e como sempre chegaram aquelas pessoas atrasadas, depois a professora não estava a conseguir colocar correctamente o filme porque as legendas estavam a ficar cortadas...e perguntou: “Quem é que percebe disto? Vocês são de informática certo? Alguém que me venha aqui me ajudar que eu de informática não percebo nada!” ninguém na sala se voluntariou até que ouço dizerem “Vai lá tu engenheiro (esse era o meu apelido lá na escola), eles costumam sempre “empurrar” tudo para cima de mim! E então lá fui eu... [...] Depois começamos a ver o filme, e a certa altura apareceu um rapaz sem t-shirt (e estava a mostrar o corpo do rapaz, eu até estava olhar e apreciar porque ele era lindo e tinha um bom corpo) e esse meu colega mandou uma piadinha (como sempre para pegar comigo e me criticar) achando-se o maior. Via-se o peito do rapaz depois continuou-se a ver o resto para baixo, e quando chegou perto de mostrar a cintura ele disse: “É melhor que a câmara não desça mais senão o Engenheiro fica teso! Olha tem cuidado!” e depois todos começaram a rir e a gozar de mim, eu fiquei tão passado nessa altura, só me apetecia dar-lhe uma estalada, fiquei com uma raiva e ira... apeteceu-me tanto chorar (mas tentei controlar) e fugir dali o mais rápido que conseguisse! Mas não enchi-me de coragem e respondi-lhe (num tom grosseiro e bem direto para todos ouvirem) : “Já paravas com piadinha antes que tenhas um processo disciplinar na secretaria da educação...” , começaram a gozar mais e a me imitar a dizer isso... fiquei tão fulo! A professora ouviu, e disse-lhe que devia respeitar toda a gente, e que pareciam autênticas crianças, que já tinham idade para saber respeitar as diferenças dos outros...” E o meu colega respondeu para toda gente ouvir: “Ah eu odeio paneleiros! Detesto gajos que levam no rabo!” e outro colega meu ainda lhe disse: “Está calado, não armes mais confusão! E se tivesses uma amiga que fosse lésbica ias a desprezar só por isso?” E ele: “Sim! Detesto gays!

Noutra aula de Edu. Física estávamos a leccionar a modalidade de basebol e a professora mandou-me fazer de catcher “quem apanha as bolas”, e certos colegas disseram para mim: “Ah vai lá apanhar as bolas, tu só gostas é disso, seu vadio não fazes nada nas aulas...só gostas de estar sentado e blá, blá blá... e estavam sempre a gozar e a mandar bocas, estão sempre a me massacrar e estou farto, pelos cabelos! Fiquei com um trauma no desporto devido ao bullying passado desde há alguns anos, relembro-me de tudo o que eu passei em pequenino, e entro em modo depressivo, e depois as pessoas não me sabem integrar, metem-me sempre de parte jogado a um canto sempre foi assim... e depois começam a gritar comigo dizendo que eu não sei jogar e que não jogo direito, e gozam comigo, também o facto de não me sentir bem nos balneários com os rapazes, por isso no 11º e 12º tive atestado médico (dado os problemas de saúde que tive à nascença), a educação física, porque fazer aquelas aulas para mim era uma tremenda tortura psicológica! Foi horrível todo este processo...

As reacções dos diversos órgãos educativos foram basicamente de normalidade, ninguém se preocupou demais, falaram diversas vezes com os intervenientes em questão, foram repreendidos inclusive mas nada disso resultou, o problema continuou e não foram feitos todos os esforços para terminar o problema aquando do seu início. Tive professores que ficaram indiferentes e não se importaram minimamente, a professora de educação física do 12º ano, ficou indiferente ao episódio de bullying que o meu colega me fez passar e apenas me disse que iria descontar-lhe na avaliação, nas atitudes da disciplina fiquei incrédulo, isso não foi nada justo, depois da humilhação que passei essa sanção não é dura o suficiente dado a natureza do caso e factos.

Senti-me frustrado, arrasado, injustiçado pelas pessoas nem se preocuparem minimamente com os outros que estão à sua volta, com o bem-estar das pessoas, e com o que episódios constantes de bullying podem causar a um jovem já frágil. Toda a gente naquela escola, deixam que as pessoas abusem, façam o que querem e isso não pode ser assim, não pode, ligam muito à aparência, se tens dinheiro ou não e muitas outras coisas.... está visto que fui para escola errada!

Acabei por abandonar a escola em Janeiro de 2014, isto devido a ter chegado ao cúmulo de tudo e não aguentar mais a pressão psicológica tanto em casa como na escola, ter de encarar aqueles brutamontes todos os dias... e estava na altura de pôr o meu ponto final já não aguentava mais a situação, quanto para mais eu sabia que a escola não estava minimamente interessada em defender os meus direitos, e digo isto com toda a clareza porque em 2013 eu pedi materiais da rede ex aequo para deixar na minha escola a fim de ajudar outras pessoas, o diretor disse: “Sim, sim! Muito bem”. Mas no final de contas não sei o que zeram aos materiais que deixei lá com o intuito de serem distribuídos pela escola, eu nunca vi nenhum folheto ou brochura por sítio algum do espaço escolar, é minimamente vergonhoso isto, fiquei muito decepcionado com a atitude dos superiores da maior e melhor escola do país. Pode ser isso tudo, mas será que é assim tão melhor?

#esefosseconsigo
quinta-feira, 5 de maio de 2016 - 0 comentários

Família Homofóbica




#esefosseconsigo #familia #homofobia

quinta-feira, 10 de março de 2016 - 0 comentários

Novidades...


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